Após rompimento repentino, ex-técnico admite abalo na relação com Cielo: "Ficou meio estranho"
Insatisfeito com os resultados em Londres 2012, nadador decidiu treinar com americano
A decisão de Cesar Cielo em deixar P.R.O. 16, grupo de treinamento que ele mesmo criou visando um bom resultado nas Olimpíadas do Rio, para treinar com o americano Scott Goodrich acabou por abalar a relação do nadador com seu antigo técnico, Alberto Silva. Em entrevista ao R7, o treinador evitou criticar diretamente o antigo pupilo pela mudança de rumo, mas deixou escapar uma certa mágoa pela forma como a situação foi conduzida.
Em fevereiro deste ano, veio a público que Cesar estava se preparando sob as orientações de Goodrich, ex-companheiro de equipe do campeão olímpico na Universidade de Auburn e apenas seis meses mais velho que o brasileiro. À época, Silva declarou que ainda se considerava o treinador de Cielo por ter contrato em vigor até 2016, mas o vínculo acabou rompido e de forma não amigável:
- Se eu vou incentivar alguém a fazer algo, vou falar para a pessoa ir atrás do que acredita e foi o que ele fez. Pra isso, o Cielo teve que romper algumas ligações e não tem como separar o profissional do pessoal em qualquer situação dessas. A coisa fica meio estranha.
O R7 apurou que houve a possibilidade de a questão entre Cesar e o técnico ir parar na Justiça por conta do contrato, mas ambos acabaram chegando a um acordo. Neste primeiro semestre, em vários momentos eles chegaram a dividir a piscina do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP), em São Paulo, onde Alberto também trabalha com Thiago Pereira e o campeão mundial dos 50 m borboleta em piscina curta, Nicholas Santos. Nas últimas semanas, porém, Cielo preferiu finalizar sua preparação para o Mundial de Esportes Aquáticos de Barcelona nos Estados Unidos e na Europa.
Questionado se ainda mantém contato com Cielo, Alberto respondeu:
- Aí eu acho que você tem que falar com ele, porque assim... as coisas se encaminharam desse jeito por uma iniciativa dele, não dos outros. Ninguém pediu para ele sair. Ele tem algumas ideias e seguiu aquilo que acredita que era melhor para ele.
Por também ser supervisor da seleção brasileira masculina de natação, Silva diz manter uma relação profissional com o nadador:
- Desde que aconteceu esse rompimento, tudo o que posso ver com a CBDA ou que ele precisa e passar por mim... não tem como tirar. O Cesar é o principal atleta do país, então a gente precisa dele bem. A minha relação é essa. A questão do restante, depende mais dele do que dos outros, ele que mudou a vida dele
Em recente entrevista ao canal “SporTV”, o próprio Cesar admitiu que a relação com seus antigos companheiros de P.R.O. 16 depois da mudança de rumos não é igual antes. Um deles, Nicholas Santos, que assim como Cielo tem boas chances de pódio na prova de 50 m borboleta no Mundial de Barcelona, diz não haver problemas na relação entre ambos:
- Ele agora está com o treinador e, apesar de eu treinar com o Albertinho na mesma piscina que ele, acaba não tendo tanto esse contato, mas minha relação com o Cesar é ótimo. Não temos nenhum problema. Não fazemos mais o mesmo treino, mas independente disto, a amizade não muda.
Campeão olímpico dos 50 m livre e bronze nos 100 m livre em Pequim 2008, quando estava seguindo as ordens do australiano Brett Hawke, Cielo decidiu voltar a treinar com Silva, seu técnico desde a adolescência, em 2010. Ele, porém, não gostou de seus resultados em Londres 2012 (bronze nos 50 m livre) e decidiu trabalhar com Goodrich, que lhe passa uma programação de treinos feita por Hawke.
No Mundial de Barcelona, que começa nesta sexta (19), Cesar vai participar das provas dos 50 m livre e dos 50 m borboleta. No primeiro caso ele, que também é recordista da prova, vai tentar o terceiro título mundial seguido, enquanto na disputa borboleta, o paulista busca repetir o ouro do Mundial de Xangai, há dois anos.
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