segunda-feira, 30 de abril de 2012


Troféu Maria Lenk: Cielo termina com cinco ouros, melhor tempo do mundo e recorde sul-americano


O campeão olímpico e mundial Cesar Cielo encerrou o Troféu Maria Lenk, neste sábado, no Rio de Janeiro, com mais uma medalha, a sua quinta na competição, desta vez com a equipe do Flamengo no 4x100m medley (3min36s10). Numa final de prova eletrizante, Cielo pulou na água com o Flamengo atrás e foi buscar o ouro para o clube nadando contra Marcelo Chierighini, do Pinheiros.

O time rubro-negro teve o americano Eugene Godsoe (costas), Henrique Barbosa (peito), Felipe Nunes (borboleta) e Cesar Cielo (livre). O Pinheiros ficou em segundo (3min36s60) e o Minas, em terceiro (3min41s72). Cielo ainda comemorou o título de campeão do Flamengo, que o clube não conquistava desde 2002.

Cielo terminou o Maria Lenk com seis medalhas, cinco de ouro e uma de prata. Fez uma boa competição ao vencer os 50m livre com o melhor tempo do mundo no ano e da carreira na era pós-traje - 21s38 - e bater o recorde sul-americano nos 50m borboleta (22s76). Também venceu os 100m livre (48s28) e, com os revezamentos do Flamengo, ficou com o ouro no 4x100m livre, a prata no 4x50m livre e o ouro no 4x100m medley. O Flamengo fez 2.152,5 pontos, com Pinheiros em segundo (2.070 pontos), o Corinthians em terceiro (1.939,5) e o Minas Tênis em quarto (1.812).

Cielo comemorou o bom resultado do Flamengo.

"Foi um projeto que começou em 2010, quando a Patrícia Amorim idealizou a retomada da natação do Flamengo, a natação mais vitoriosa do Brasil, e dois anos depois estamos aqui. A natação do Flamengo voltou. Hoje nadei pelo time, não era para mim (falou sobre o bom tempo de 47s67 no revezamento). Esse ouro no revezamento foi a cereja no bolo. Estou muito feliz", disse Cielo.

Cielo fez um balanço positivo da participação no Maria Lenk.

"Foi uma boa competição para mim, ótima para o grupo de treinamento de elite PRO 16 (Projeto Rumo ao Ouro em 2016), que saiu daqui com um saldo bem positivo, e para o meu clube, o Flamengo. Individualmente, fiquei bem feliz com os 50m livre e não gostei do tempo dos 100m livre. Mas também é bom para saber o que temos de melhorar. Talvez tenha faltado uma folga antes dos 100m livre, mas foi muito boa a competição com eliminatórias pela manhã e finais à noite", avaliou Cesar Cielo, que descansa apenas três dias antes de retomar a preparação para os Jogos Olímpicos de Londres.

Para o técnico Alberto Silva, o Albertinho, que comanda o PRO 16, o objetivo foi "parcialmente" atendido com Cesar Cielo.

"Vamos fazer um balanço, mas o programa de provas é novo - eu ajudei a fazer - e nós (técnicos e atletas) estamos achando que ficou um pouco pesado para os velocistas. Não é dar desculpas para o resultado dos 100m. Mas os velocistas, além das provas individuais, disputam os revezamentos pelos clubes, ainda mais neste ano em que a briga foi acirrada, com todo mundo disputando pontos."

Albertinho acrescentou que a conclusão foi tirada porque tanto nos 100m livre feminino quanto no masculino todos foram mal na final.

- Prova "Frankstein"

Albertinho acredita, pelo que tem visto nos treinamentos e em competição, que Cielo vai fazer um bom resultado nos 100m livre nos Jogos Olímpicos de Londres.

"O resultado planejado para o Cesar nos 100m livre está dentro dele, só não conseguiu realizar aqui. Vamos seguir trabalhando nisso. Eu sei quando o resultado está dentro do cara."

Albertinho sabe que Cielo é exigente e, por isso, se cobra.

"O Cesar é muito consciente. Ele sabe o que pode realizar. Tem mesmo é que ser exigente e não quero mudar isso. Sei da capacidade dele e que o resultado está lá, guardado, e uma hora vai sair."

Quanto aos 50m livre, Albertinho definiu como excelente o tempo que Cesar Cielo fez no Maria Lenk - 21s38 -, mas disse que está projetando um tempo um pouquinho menor. E explicou que isso é provado pela prova "Frankstein" montada por ele.

"Pegamos vários trechos de provas que o Cesar realizou - a melhor saída, com o melhor tempo de reação, os melhores 15 metros iniciais, o melhor nado limpo, a melhor chegada, e nossa projeção de tempo era um pouco menor. Não quero ser presunçoso porque gostamos muito do resultado dos 50m livre, mas sei que pode ser um pouquinho menos."

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Dividido, Cielo desdenha dos 100 m livre para Londres

O nadador brasileiro se divide entre os 50 m e os 100 m livre em todas as competições que disputa

Uma é a prova favorita, o xodó, em que Cesar Cielo reina absoluto desde 2008. A outra virou a pedra no sapato, a dos resultados incômodos e rivais mais ameaçadores.
O nadador brasileiro se divide entre os 50 m e os 100 m livre em todas as competições que disputa. E não será diferente nos Jogos de Londres.
Cielo não esconde que gosta mesmo é dos 50 m livre. Mas seu técnico quer atenção igual às duas provas. É o que, segundo Albertinho, falta para o brasileiro subir duas vezes ao pódio na Olimpíada.
"Com o Cesar, é detalhe. Ele está pronto. Acho que é mais na cabeça, ele estar focado nos 100 m tanto quanto nos 50 m", afirmou o técnico.
No Troféu Maria Lenk, encerrado anteontem, Cielo cumpriu a meta nos 50 m livre ao fazer a melhor marca do ano: 21s38. Ficou a 0s02 do tempo de Fred Bousquet considerado o "recorde" após o banimento dos supermaiôs, que aconteceu em 2010.
Já nos 100 m, o nadador marcou 48s28. Queria ter superado sua melhor marca sem os trajes, os 47s84 do Pan de Guadalajara, em 2011.
Saiu da água chateado e chegou a dizer que seu foco era ser bi olímpico nos 50 m e "ver o que dá" nos 100 m.
Nas principais competições de 2010 (Pan Pacífico) e 2011 (Mundial), Cielo amargou resultados aquém do esperado na prova mais badalada da natação mundial.
Nessa distância, o mais veloz do ano é o australiano James Magnussen, com 47s10.
O recorde mundial, que pertence a Cielo, é 46s91.
"A gente fala que o resultado já está dentro do cara. Acredito que o resultado planejado para o Cesar nos 100 m livre está dentro dele. Só não conseguimos realizar isso aqui [no Troféu Maria Lenk]", declarou Albertinho.
Ele acredita que o fato de os velocistas terem nadado provas em dias seguidos, sem descanso, prejudicou o resultado dos 100 m no Rio.
"A gente acha que o programa não foi favorável porque todo mundo piorou, no masculino e no feminino."
Cielo deixou o Maria Lenk com cinco ouros e o título de clubes para o Flamengo.
A equipe em que ele treina, a PRO 16, classificou para a Olimpíada os seis atletas que foram ao Maria Lenk: Cielo, Thiago Pereira, Leonardo de Deus, Tales Cerdeira, Nicholas Santos e Henrique Barbosa. Nicholas, porém, ainda precisa confirmar a vaga.

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