sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Últimos dias de Brasil

Pra galera que anda perguntando por aqui, a informação que temos é que o Cesão deve ir embora pra Auburn depois do dia 20, pois até lá tem compromissos com a imprensa.

Hoje saiu uma entrevista com o Cesão em um site chamado Bahia Noticias. Como prometido, aí vai ela na íntegra:

Por Maurício Naiberg


Bahia Notícias - Primeiro, gostaríamos de saber qual sua maior inspiração para ser o maior nadador brasileiro de todos os tempos.

César Cielo - Acho que busquei a inspiração nas vitórias. Continuei a nadar, quando eu ainda era criança, porque eu estava ganhando. Minha primeira conquista veio quando eu tinha 8 anos, numa prova dos 25 metros livre, num Festival do Esporte Clube Barbarense. Fiz os 25 metros em 18 segundos ou 19 segundos, mas o que me inspirou a continuar nadando foi chegar em primeiro.


Bahia Notícias - Você começou a nadar em Santa Barbara D’Oeste, onde nasceu. Depois desse período, passou a treinar com Gustavo Borges no Pinheiros. Qual a principal importância dessa mudança?

César Cielo - Treinava em Piracicaba e morava em Santa Bárbara D’Oeste. Fui para o Pinheiros quando tinha 16 anos, para treinar com o Albertinho (o técnico Alberto Silva), ao lado do Gustavo Borges. Fui sozinho. Evoluí não só na minha vida como atleta, mas também na minha formação pessoal. E minha família sempre me apoiou.


Bahia Notícias - Se você não tivesse se mudado para Universidade de Auburn, no Alabama (EUA), acha que chegaria ao topo com 22 anos? A rotina de treinamentos nos EUA ajuda essa evolução?

César Cielo - Todos os nadadores treinam muito para competir em alto nível. E acho que, em termos de preparação física e técnica, já não há muita diferença entre o que fazem os técnicos dos vários nadadores e países. Bati o recorde dos 100 m livre (46s91) no Mundial de Roma, em julho, treinando com o Brett Hawke (seu técnico em Auburn). Já o recorde mundial dos 50 m livre (20s91), que bati em dezembro, no Open de Natação, no Pinheiros, foi treinando com o Albertinho (Alberto Silva, técnico do Pinheiros e da seleção brasileira). A principal diferença, entre São Paulo e Auburn, é o trânsito. Tecnicamente, em São Paulo tenho acesso à biomecânica, a fisioterapia é bem melhor, mas prefiro ficar mais reservado e em São Paulo fica um pouco mais complicado. Não é só o treino em si. É a dedicação fora da água também, descansar direitinho, comer direitinho. A opção é a de se sentir à vontade e comprometido com o trabalho. Fazer o que tem de fazer. Em Auburn, treino com o Brett; no Brasil, com o Albertinho. A rotina, tanto aqui como lá, varia de acordo com o planejamento técnico, a carga de treinamento e o momento – no início da temporada rodamos muitos metros na piscina, perto de competições descansamos mais. Os treinos seguem o planejamento para a temporada.


Bahia Notícias - Antes das Olimpíadas de Pequim você falou que brigaria por medalhas. O que te levou a ter tanta confiança já naquele momento?

César Cielo - Todo atleta, quando vai para uma competição, acredita que vai ganhar. Eu tinha trabalhado para ganhar. Eu boto meu objetivo e trabalho para fazer o melhor. Depois da medalha de bronze nos 100 m livre, prova que eu nadei na raia 8, confesso que ganhei grande confiança para nadar os 50 m livre. E confesso que foi incrível ver o número um na frente do meu nome. Vencer é uma das melhores sensações do mundo. Agora que eu já ganhei a primeira medalha de ouro para a natação brasileira o meu nome está na história. Isso eu já fiz.


Bahia Notícias - A sensação que temos é que você bate recorde mundial com ou sem o supermaiô. Você bateria esse recorde mundial sem o maiô? Qual sua opinião sobre o uso dessa tecnologia?

César Cielo - São parâmetros diferentes. Vamos ver como vai ficar este ano, sem os supermaiôs, que passam a ser proibidos pela Federação Internacional de Natação. Os tempos de referência vão voltar a ser o que eram na época do Popov (o russo Alexander Popov, recordista mundial dos 100 m livre com 48s24; a marca de Cielo, atual recordista da distância, é de 46s91). Sou a favor da justiça, de todo mundo com o mesmo maiô. Se todos tiverem acesso a uma nova tecnologia, por que não usá-la? A evolução no esporte e no mundo é uma coisa impossível de conter.


Bahia Notícias - Quando veremos um duelo entre Cesar Cielo e Michael Phelps? Acha que nos 50m ele tem alguma chance contra você ou Alain Bernard?

César Cielo - Acho que o Phelps pode se dar bem nadando os 100 metros livre. Nos 50 m livre, a coisa é diferente. É claro que ninguém pode subestimar um cara fera como é o Phelps. Mas, na hora dos 50 m livre, acredito mais em mim.


Bahia Notícias - O que esperar do Cesar Cielo em 2010? Mais recordes?

César Cielo - Ainda vou definir com os meus técnicos, o Brett e o Albertinho, o que vou fazer este ano. Por enquanto, vou nadar o Troféu Maria Lenk, em maio, em Santos, e o Pan-Pacífico, em agosto, em Irvine, nos Estados Unidos, para mim, a competição mais importante da temporada. Eu nado pelo desafio de ganhar, se for com recorde, melhor ainda.


Bahia Notícias - Pode-se dizer que 2009 foi o melhor ano de sua carreira?

César Cielo - Sim. Porque eu consegui realizar tudo o que estava no papel. Tudo o que eu pensei que poderia conseguir, consegui de verdade. Não ficou só no planejamento. Os tempos que eu achei que alcançaria, alcancei. Os títulos que eu queria, consegui. Então... Foi uma temporada em que tudo deu certo. Achei que bateria os dois recordes, o dos 50 m livre e dos 100 m livre, no Mundial de Roma. Só por isso o Mundial não foi cem por cento (ganhou ouro nos 50 m e 100 m, com recorde mundial nos 100 m). No final do ano, eu não tinha certeza se poderia bater o recorde mundial dos 50 m livre. Achei que dava, mas não tinha treinado muito.


Bahia Notícias - Qual a sensação na quebra dos dois recordes, primeiro em Roma, depois em São Paulo? O de 50m foi mais emocionante, por ter sido em casa?

César Cielo - Não foi mais ou menos emocionante por ter sido em casa. Se o recorde dos 50 m livre foi batido em casa, o dos 100 m livre, batido em Roma, foi o meu primeiro recorde mundial. São sentimentos diferentes. São provas e competições diferentes, situações diferentes. Estar em um Mundial e bater um recorde mundial foi muito bom. Aqui também no Pinheiros também. Os dois foram bem emocionantes, mas não tenho como comparar. Até porque o público de Roma foi bem caloroso. Era como se eu estivesse aqui.


Bahia Notícias - Como é ser o homem mais rápido do mundo na piscina?

César Cielo - Eu não treino especificamente para ser o homem mais rápido do mundo, mas sim pensando em superar os meus tempos. Esse título de homem mais rápido veio junto. Internacionalmente, me dá um grande respeito lá fora. Mas na minha cabeça, como sou de ‘desmerecer’ um pouco as coisas, é bom, mas sei que a qualquer hora alguém pode chegar e bater esse tempo e eu perder esse título de mais rápido.


Bahia Notícias - O que esperar mais agora? Qual a sua motivação para 2010?

César Cielo - Vamos ver o que vamos fazer com as bermudinhas, né? É estabelecer uma comparação direta com 1996 e com os meus ídolos. Não tem mais história de que o maiô ajuda. Os parâmetros de tempo pessoais para mim passam a ser os do Pan-Americano de 2007. Eu sei que posso fazer mais do que os tempos do Pan. Mas vou tomar os parâmetros dos recordes mundiais de antes dos maiôs, os 47s8 para os 100 m, do Pieter van den Hoogenband, e os 21s64, para os 50 m, do Alexander Popov. É difícil saber que pode fazer alguma coisa e ainda não ter feito. As bermudinhas já estão prontas. O tecido é aquele “de papel” que a gente usava em 2007 nos maiôs, só que agora nas bermudinhas, e o diferencial da Arena é que é a mais leve que tem no mercado e não tem costura nenhuma – é colada a laser. Não tem mais mistério – a bermuda todo mundo sempre teve e tiraram o tecido dos maiôs de 2009. Na verdade, é o maiô de 1996 mesmo, em bermuda, talvez com alguma modelagem melhor para o corpo.



Naquele resumão que fiz ontem, ficou faltando essa aqui:


Por fim, coloco uma foto da campanha pra TNT que apareceu em algum site que entrei hoje e que a Paty ainda não tinha colocado aqui!

Beijos,
Máh

2 comentários:

Amanda Paula :) disse...

:)
to louca pra ver as competições de ''bermudinha'' ! hehehe =)

Everton Domingues disse...

Bons fluidos pro Cesão nesta nova fase da carreira!
Chegou a ver o post q fiz dele no Vancouver Olimpica, Patty? Foi sobre a experiencia dele carregando uma tocha olímpica. O link é este http://vancouverolimpica.blogspot.com/2009/11/rota-da-chama-30-ao-35-dia.html.
E debaixo de um gelo danado, ele não se fez por rogado. Ainda treino forte aquele dia, visando o Open... valeu a pena, pq no Pinheiros obteve outro recorde mundial, agora nos 50tinha. Marca histórica q vai durar anos, aposto.
Beijão, querida, sucesso aqui nos blogs, estão bons!!!