sexta-feira, 3 de julho de 2009

CESÃO ACADÊMICO II - O RETORNO (hoho)

Pois finalmente aquele trabalho que eu disse há um mês que faria ficou pronto e já até recebeu nota.

Não vou publicar a íntegra aqui, porque no total são quase 10 páginas, ninguém ia ler tudo e também porque a parte mais interessante é onde analiso as matérias em si.

Não me lembro se expliquei (e mesmo tempo explicado, é bom relembrar): analisei matérias da TPM e da VIP que saíram ano passado depois das medalhas olímpicas. Enfocando a forma como ele foi "tratado" diferentemente pelas publicações devido ao fato de uma ser para mulheres e a outra para homens.

PRIMEIRO A ANÁLISE DA TPM:

Como uma típica revista feminina, em geral, a escolha lexical feita na sua redação possui termos mais eufemísticos e leves. O tom parece sempre moderado, como se fosse uma conversa entre boas amigas.

Mesmo quando o assunto é sexo ou algo mais pesado, as palavras sempre procuram atenuar o tema. Como na página 56, da entrevista que analiso, em que a jornalista faz a seguinte pergunta: “Qual foi o lugar mais inusitado que você...”, como clara referência ao ato sexual, mas sem dizer. E o entrevistado completa: “Que já fiz sexo?”. Evidenciando a forma direta a que os homens tem o costume de se referir às coisas.

O subtítulo da matéria, na página 49, também evidencia o tom de intimidade e sensualidade que serão a tônica da entrevista e das fotos que a ilustram: “O mais novo ídolo naciona ltem 21 anos, 1,95 metro de altura e chora em público. O campeão olímpico César Cielo saiu das piscinas e veio se secar nas páginas da TPM”. A expressão “e chora em público” também põe em evidência um traço característico da mulher, ser emotiva. Destacar essa caraterística em um homem, além de aproximá-lo das leitoras, faz com que ele seja visto por elas de forma afetuosa.

Por vezes é possível perceber o tom feminino da entrevista. Um exemplo é o trecho na página 53, em que César conta como sua rotina foi solitária na preparação para as Olimpíadas e a repórter Carol Sganzerla diz o seguinte: “Me dá uma tristeza só de ouvir você contar.” Um tom dificilmente encontrado na escrita de um jornal, ou qualquer outro tipo de publicação que se pretenda “objetiva” ou “imparcial”. Mas como aqui a intenção é ser próxima das leitoras, que pela idade, são jovens mães, ou preparam-se para tal ou pelo menos são mulheres que tem por hábito demonstrar algum grau de afeto.

A entrevista segue um tom sempre pessoal, se prendendo a questões afetivas, amorosas e sexuais (“Como você é quando chega numa mulher?”, “Você já se apaixonou?”, “Com quais estrangeiras já saiu?” etc.). Sem deixar de lado perguntas “típicas” para se saber o que esperar de um possível namorado (“Você é do tipo que não perde um rabo-de-saia?”, “O que é mais difícil na convivência com você?”).

Partindo para a análise das fotos (clicadas por Daniel Aratangy), podemos perceber que maior parte dela é constituída por imagens do nadador. De nove páginas (sem contar a publicidade depois do fim da matéria), seis são fotos e apenas três se destinam à entrevista propriamente dita. O que demonstra que mais do que o que ele tem a dizer, o que as mulheres querem é apreciar os músculos delineados pelos treinos em água e pela musculação e as pintas espalhadas pelo corpo, além da “cara de anjo” (forma como muitas fãs de referem a ele). Em todas as fotos, Cielo aparece sem camisa, seja de short ou calça, sorrindo ou sério. O objetivo é expor a sensualidade do atleta.

Outro aspecto muito afirmado na matéria, seja na entrevista ou nas fotos é a timidez de César Cielo. “Cielo é reservado. E tímido. Durante a conversa, leva a mão aos olhos um sem número de vezes, cruza e descruza os braços, encosta, desencosta, se ajeita. Talvez por nervosismo. Talvez porque não caiba no sofá mesmo.” Já nas fotos, a linguagem corporal é que demonstra essa possível timidez: quase nunca olhando para a lente que o fotografa, repetidas vezes olhando para baixo, mexendo nos pingentes das correntinhas que usa (como se não soubesse o que fazer, por vergonha da exposição por que está passando).

Em alguns minutinhos eu coloco a análise da VIP...

Beijocas Celestes!!

3 comentários:

Mariana Cantarim disse...

Até q enfim, tava super anciosa para ver esse trabalho seu Paty...

Muito inteligente a análise, esse é um exemplo de excelência que só se elcança numa sala de curso superior.... E uma coisa você pode ter certeza, decreto nenhum de lei, vai tirar o seu conhecimento e muito menos elevar um "sem diploma" ao seu patamar, no momento de exercício da profissão!!!

Digo isso porque a ums posts atrás aqui mesmo no blogo, referente ao vídeo do cesão com o energético..." vi no seu comentário um ton de indgnação... E vc tem toda razão.... Por quantos percalços não se passa pra chegar a ter um diploma em mãos?

Na minha visão, isso é uma medida emergencial, tipicamente brasileira, que adora alavancar o amadorismo!

Bjos....

Unknown disse...

obrigada pelo apoio, Mari! hehe

realmente, é uma forma de desabafo...

as a verdade é q a não-obrigatoriedade do diploma deve mudar muito pouca coisa na situação dos jornalista por formação...

enfim... eu adorei fazer esse trabalho e jamais deixaria de compartilhá-lo com o FC, né?! hehe

beijocas celestes!!

Déa disse...

Engraçado né? A ao mesmo tempo que a revista feminina busca esse lado de aproximação com termos mais eufemísticos e que buscam apresentar um entrevistado "fofo", ela sempre leva para o outro lado (sexo),discretamente, seja através de fotos ou perguntas indiretas... Interessante isso!
A masculina não, é BEM DIRETA! hahhahahha
O interessante dessa reportagem é a tua análise Paty e tbm a sacada de quem elaborou a matéria, que colocou um nadador (pessoa totalmente informal, bermudão, camisa (ou não) e chinelo) para tirar fotos de terno e outras roupas formais, bem legal isso...
É a comunicação né!? hahahha
Parabéns Paty!!
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Com diploma ou não, acredito que esse "detalhe" não irá diminuir a capacidade de vocês, pelo contrário, vocês recebem uma carga de conteúdo que só irá engrandecer mais e mais o profissional do futuro, o que qualquer um quer em sua empresa!
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Tá bom já.. falei demais!
Hhahhahahhahha

beijoo!