quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Desgastado, Cesar Cielo admite abandonar 100 m para 2016

O que era uma hipótese depois do sexto lugar na final na Olimpíada de Londres, ganha ares de certeza. César Cielo disse nesta quinta-feira, em entrevista no Rio de Janeiro, que considera difícil nadar os 100 m livres nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

"Na Olimpíada do Brasil é difícil eu nadar. O revezamento é uma coisa viável, mas  a prova individual o tempo vai ajudar a decidir. Hoje vejo que priorizar os 50 m seria mais interessante. Com o decorrer das competições dá para sentir melhor o que vai acontecer", afirmou Cielo.
Nadar o revezamento 4x100 m livre e a prova dos 50 m livre, em que ganhou a medalha de ouro em Pequim e bronze em Londres, é a estratégia para se equiparar ao maior medalhista olímpico da natação brasileira, seu ídolo Gustavo Borges. 
"Até brinquei com o Gustavo que ele tem quatro. Vamos ver se empato em 2016. Vontade de chegar no Brasil disputando medalha, brigando com os melhores do mundo, é coisa que eu tenho muito. Mas é bom deixar as competições falarem por mim", disse Cielo. 
Cielo confessa que já se sentiu desgastado em 2010, durante o Mundial de Roma, em que venceu as duas provas. Desde então vem tentando dosar suas forças nas competições. 
"Em Pequim eu tinha um tempo maior de recuperação porque cada prova era disputada durante três dias. É mais uma questão de que antes eu era um atleta de 21 anos e agora tenho 25. Não que não aguento nadar mais muitas vezes, mas é questão de priorizar mesmo. No Mundial me senti muito cansado, tanto que acabei batendo recorde mundial três semanas depois no Pinheiros. Poderia ter nadado melhor", disse. 
O segredo para o nadador vai ser se conhecer cada vez melhor. Só assim terá condições de conquistar, em 2016, uma medalha em prova de velocidade mesmo que tenha 29 anos, o que só o nadador americano Gary Hall conseguiu. "Eu tenho consciência disso e todo ano que passa sinto que meu corpo fica diferente, principalmente em relação a descanso e recuperação. Eu vou ter que todo ano me redescobrir", explica o brasileiro. 
"Não é uma coisa que me incomoda. Talento é um dos meus maiores presentes e tenho uma sensibilidade muito grande para acertar bem próximo do ideal. Com o tempo passando tenho conseguido ficar cada vez mais forte. Rotina de atleta profissional está fazendo mais parte da minha vida do que nunca. Antes se eu queria comer alguma coisa errada, comia sem pensar. Hoje é diferente. Vou ficar cada vez mais 'caxias' com o treino, cada vez mais regrado. Nas próximas competições a gente vai avaliando. O mais importante é me manter competitivo, Se não conseguir me manter é questão de reavaliar". 

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