segunda-feira, 30 de julho de 2012

ESQUEEENTAAA


NOS 100 M, CIELO PRECISA ´FUGIR´ DE AUSTRALIANO
Brasileiro faz plano para bater rival, que ontem fracassou


Vai ser como brincar de pega-pega, e a única opção que resta a Cesar Cielo é fugir.

O brasileiro estreia amanhã nas eliminatórias dos 100 m livre, às 6h (de Brasília). Prova incômoda até mesmo para um campeão mundial. Seus tempos não têm sido bons, os resultados, idem.

Mas, se tinha na cabeça a ideia de que James Magnussen era um adversário quase imbatível na prova, o nadador brasileiro deve ter adquirido mais confiança após a final do 4 x 100 m livre, ontem.

O australiano não só teve desempenho aquém do esperado como ficou fora do pódio. A França levou o ouro. Os Estados Unidos, a prata. A medalha de bronze ficou com a equipe da Rússia.

MELHOR MARCA

Dono da melhor marca do ano nos 100 m livre (47s10), Magnussen abriu o revezamento com 48s03 e foi superado pelo norte-americano Nathan Adrian (47s89).

O melhor tempo do brasileiro na temporada é 48s28.

Nos Jogos de Pequim, em 2008, ainda na era dos supermaiôs, Cielo marcou 47s67 para conquistar o bronze nos 100 m livre. Dias depois, ganharia o ouro nos 50 m.

Para encarar o desafio em Londres, Cielo traçou parte de sua estratégia baseada no melhor tempo do adversário. E em uma característica que é o pesadelo do brasileiro na prova: o atleta australiano nada muito melhor os últimos 50 metros da piscina.

"Ele [Magnussen] não gera muita velocidade, passa atrás nos primeiros 50 metros, mas, na altura dos 75/80 metros restantes, já está junto e vai embora. E os rivais estão cansados", avalia o técnico brasileiro Alberto Silva, o Albertinho.

OUTRA METADE

Cielo tem como ponto forte exatamente o oposto de Magnussen.

Mais rápido do mundo nos 50 m livre, campeão olímpico e recordista mundial, ele pena para nadar a segunda metade dos 100 m com mesma velocidade e eficiência.

Por isso, ele e Albertinho montaram uma estratégia para não deixar Magnussen pegá-lo no fim da disputa.

"Cesar tem que passar de dois a três décimos de segundo à frente do James. Se o cara conseguir tirar a vantagem, a decisão vai ser na batida de mão. O Cesar não pode dar margem [para James encostar na volta]", explica.

Mas o revezamento de ontem pode ter mostrado novos caminhos. E que podem haver mais candidatos às medalhas na final de quarta-feira.

Franceses, norte-americanos, russos e, ainda, os australianos reforçaram que têm bons nomes na prova.

E Cielo pode chegar perto deles. Para tentar fazer como em 2008. Deixar a posição de azarão e ganhar a medalha.


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ELIMINATÓRIAS – 4º DIA – TERÇA-FEIRA – 31/7


A manhã desta terça-feira, 31/7, traz uma das provas mais aguardadas de toda Olimpíada: os 100m livre masculino.O Brasil estará nelacom Cesar Cielo e Nicolas Oliveira. O dia conta também com Tales Cerdeira e Henrique Barbosa nos 200m peito e Joanna Maranhão nos 200m borboleta.
O supervisor de natação da CBDA, Ricardo de Moura, analisou a prova nobre da natação mundial.
- O revezamento 4x100m livre mostrou que a prova dos 100m livre está aberta. Tudo pode acontecer. A grande surpresa foi obviamente a França, que deu o troco nos EUA pela vitória em Pequim/2008. A saída dentro do revezamento é muito subjetiva, mas observando os resultados individuais, Yannick Agnel, da França, nadou realmente muito bem (46s72), mas já saiu lançado (saída livre), pois foi o último do quarteto francês. A pressão de você largar junto com os outros é muito diferente. A estratégia brasileira de preservar o atleta foi técnica e o Cielo está muito consciente e ligado em tudo o que está acontecendo. Aqui, nos Jogos Olímpicos, ninguém vence nada de véspera.
100m livre – Quatro das onze medalhas olímpicas da natação brasileira vieram desta prova. Na última edição dos Jogos, em Pequim 2008,Cesar Cielo subiu ao pódio para ganhar o bronze (47s67), mas antes deleGustavo Borges conquistara o bronze em Atlanta 1996 (49s02) e a prata em Barcelona 1992 (49s43); e Manoel dos Santos levara o terceiro lugar de Roma 1960 (55s40). 
Os tempos do ranking mundial do ano são uma referência apenas para saber os nomes que estão no páreo, pois quando o assunto é Olimpíada, os tempos nele refletidos antes dos Jogos podem mais enganar que esclarecer. Em 2008, Cielo chegava à China como o oitavo nos 50m livre (21s75) e o nono tempo nos 100m (48s84) do mesmo estilo. O brasileiro, “camuflado” entre os top 10, deixou muita gente boa para trás que estava na frente dele no ranking mundial do ano e que nem sequer subiu ao pódio.
No entanto é fato que em Londres, Cielo, recordista mundial da prova, e Nicolas Oliveira terão uma pedreira pela frente para conseguir uma vaga na decisão. Os dois australianos na disputa estão com os melhores tempos do ano – James Magnussen (47s10) e James Roberts (47s63) – e aparecem como fortíssimos candidatos ao pódio e até antes dos Jogos de Londres eram os únicos com tempos abaixo dos 48 segundos este ano. Mas na abertura da final do revezamento 4x100m livre, o americano Nathan Adrian foi o melhor, com 47s89, terceira marca de 2012. Magnussen abriu o 4x100m livre australiano com 48s03.
Atrás deste trio aparecem os franceses Yannick Agnel (48s02) e Amaury Leveaux (48s13), e ainda o russo Andrey Grechin (48s19). Os dois últimos estão com tempos da abertura do reveza já nos Jogos de Londres: Amaury na final e Grechin nas eliminatórias. Em seguida aparecem os russos Nikita Lobintsev (48s21) e Danila Izotov (48s27) e o brasileiro Cesar Cielo (48s28, tempo da final do Troféu Maria Lenk).
Cesar Cielo
Jogos Olímpicos de Pequim 2008 – 3º- 47s67
Mundial de Roma 2009 – 1º- 46s91 (atual recorde mundial)
Mundial de Xangai 2011 – 4º – 48s91
Jogos Pan-Americanos de Guadalajara 2011 – 1º- 47s84
Ranking Mundial 2012 – 9° – 48s28
Nicolas Oliveira
Mundial de Roma 2009 – 8º – 48s01 
Ranking Mundial 2012 – 52° – 49s09
200m peito – Tales Cerdeira e Henrique Barbosa disputam essa prova. Como nos 100m do estilo, os japoneses Kosuke Kitajima (2m08s00) e Ryo Kosuke (2m08s17) são os favoritos, sendo que o primeiro mais uma vez briga pelo tricampeonato. Tales aparece no ranking de 2012 com a 14ª marca (2m10s37). Henrique Barbosa não fez tempo este ano para figurar entre os primeiros da lista mundial, mas a marca do seu índice (2m09s82), feita em dezembro de 2011, hoje estaria em 11°.
Tales Cerdeira
Mundial de Roma 2009 – 27º – 2m12s62
Jogos Pan-Americanos de Guadalajara 2011 – 5º – 2m17s84
Ranking Mundial 2012 – 14° – 2m10s37
Henrique Barbosa
Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro 2007 – 2º – 2m13s83
Jogos Olímpicos de Pequim 2008 – 30º – 2m12s99
Mundial de Roma 2009 – 7º – 2m09s35
Ranking Mundial 2012 – 78° – 2m13s52
200m borboleta – Joanna nada a prova que não é das suas principais que são as do estilo medley. A líder do ranking do ano é a japonesa Natsumi Hoshi, 2m04s69. Joanna não aparece entre as Top-30 e seu melhor tempo em 2012 é o da vitória no Troféu Maria Lenk, em abril.
Joanna Maranhão
Jogos Olímpicos de Pequim 2008 – 22º – 2m10s64
Mundial de Roma 2009 – 20º – 2m09s55
Jogos Pan-Americanos de Guadalajara 2011 – 4º – 2m14s63
Ranking Mundial 2012 – 32° – 2m09s62


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CESAR CIELO ESTREIA NOS 100 M LIVRE NOS JOGOS DE LONDRES


O velocista Cesar Cielo estreia nesta terça-feira (31/7) nos Jogos Olímpicos de Londres, nos 100 m livre, prova em que ganhou a medalha de bronze em Pequim/2008. A disputa das eliminatórias da distância abrem o programa de provas, que terá início às 6 horas (horário de Brasília), no Centro Aquático de Londres - a piscina fica no Parque Olímpico. Cielo vai nadar a sexta de oito séries eliminatórias e entra com o terceiro melhor tempo entre os inscritos, os 47s84 obtidos no Pan-Americano de Guadalajara, em 2011. Os australianos James Roberts (47s63), na série 7, e James Magnussen (47s10), na 8, têm os outros dois melhores tempos de entrada. Os 16 melhores passam às semifinais, no mesmo dia, a partir das 15h30 (horário de Brasília).

A disputa dos 50 m livre, outra prova individual de Cesar Cielo, começa na quinta-feira (2/8), com eliminatórias e semifinais. As finais estão programadas para sexta-feira (3/8). Cielo é bicampeão mundial (Roma/2009 e Xangai/2011) e campeão olímpico dos 50 m livre, com 21s30 (recorde olímpico). Também é o recordista mundial da distância (20s91, em 2009). Nos 100 m, Cielo trouxe a medalha de bronze de Pequim, com o tempo de 47s67, mas é campeão e recordista mundial (Roma/2009, com 46s91). No ranking de 2012, Cielo ocupa a nona posição, com a marca de 48s28, feita no Troféu Maria Lenk, em abril.

Quando conversou com os jornalistas em Londres, Cielo, de 25 anos, deixou bem claros seus objetivos na competição. "A chance maior está em buscar o bicampeonato olímpico nos 50 m, mas toda prova vai ser de fazer o melhor da vida. Sinto que a chance maior está nos 50 m. Mas em Pequim eu nadei os 100 m na raia 8 e ganhei um bronze. Não vou descartar em nenhum momento a minha possibilidade de brigar pela prova dos 100 m, até porque, nos últimos anos, eu venho me mantendo entre os melhores do mundo. Vou tentar fazer tempo melhor que o do Pan-Americano nos 100 m, o meu melhor tempo da vida nos 50 m, fazer o meu melhor e torcer para ser suficiente para levar as medalhas."

O técnico Alberto Silva reforçou a ideia de brigar para ir ao pódio. "Se a gente conseguir encaixar a melhor prova dos últimos anos, da vida dele, será muito bom. Ele se preparou para isso, dentro da nossa estratégia de, até o Maria Lenk, fazer um trabalho de resistência lática para ele aguentar a volta, e, depois, um trabalho para ficar veloz e ter uma passagem confortável, lapidando essa volta dele", avaliou Albertinho, que comanda o grupo de treinamento PRO 16, de Cielo, nadador do Flamengo. O treinador observou que o velocista realizou bem seu trabalho. "O Cesar tem uma percepção grande. Então, é muito de como ele se sentir. Vai depender de como as coisas rolarem nas eliminatórias e semifinais, para ele e os adversários... Vai nadar dentro da realidade de como ele se sentir na hora", acrescentou Albertinho.

O treinador prefere não falar em tempo, mas sua expectativa é que Cielo possa encarar os adversários em igualdade de condições. "Espero que faça uma prova olho no olho... e a gente enfartando... Se disputar até o último metro, qualquer que seja o adversário, é o que trabalhamos no treino. Difícil falar em tempo. Se a prova for disputada em 47 e meio que ele esteja em condições de fazer isso, se for em 47:3 também", afirmou.

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