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Cielo e Pereira vão nadar em Londres com roupa de fibra de carbono
Tecnologia inédita na história da natação em prol da natação brasileira. Com bermudas feitas a partir de fibras de carbono, Cesar Cielo e Thiago Pereira vão tentar provar por que são as principais esperanças de medalha da natação brasileira nos Jogos Olímpicos de Londres, em julho e agosto. Os dois nadadores participaram de evento em um hotel na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, para o lançamento dos maiôs.
"A gente vem evoluindo desde 2010 para cá, com certeza esse é o melhor maiô que eu já usei. Vamos tentar colocar em prática para o Maria Lenk para conseguir também o melhor tempo", afirmou Cesar Cielo, sobre a competição que tem início nesta terça-feira, também no Rio, que será decisiva para avaliar a equipe brasileira que irá aos Jogos.
De acordo com a fabricante do traje dos nadadores brasileiros, as fibras de carbono proporcionam maior durabilidade e resistência, além de serem mais confortáveis. Tiras elásticas desenvolvidas na região dos glúteos e pernas proporcionam força extra para o momento das saídas e viradas na piscina.
"Ficamos sete dias em Milão, na Itália, desenvolvendo o primeiro protótipo. Depois disso fizemos algumas alterações", explicou Cielo. A roupa desenvolvida aparece após o advento dos trajes tecnológicos, que no mundial de Roma, em 2009, foram extremamente importantes na quebra de nada menos do que 43 recordes mundiais. Após este episódio, a Federação Internacional de Natação (Fina) proibiu os maiôs de corpo inteiro.
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Cielo sonha com bicampeonato para se juntar a Popov e Gary Hall
Se juntar aos grandes ídolos da infância e adolescência para escrever o nome na história da natação mundial. Este é o grande objetivo do nadador Cesar Cielo para os Jogos Olímpicos de Londres. Conquistar o bicampeonato olímpico nos 50 m livre significa não só obter mais um feito histórico para a natação brasileira, mas se juntar também ao hall onde hoje figuram nomes como o russo Alexander Popov e o norte-americano Gary Hall, lendas das provas de tiro curto e grandes referência para a formação de Cielo.
"Minha grande meta é voltar a ganhar uma medalha de ouro nos 50 m livre. Seria a primeira vez que isso aconteceria e continuaria de alguma forma a história dos meus grandes ídolos", afirmou Cielo, em evento de lançamento do maiô que será usado na Olimpíada, num hotel na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Alexander Popov foi um dos grandes nomes da natação mundial e dominou os 100 m livre conquistando a medalha de ouro em Barcelona 1992 e Atlanta 1996. Gary Hall foi um exímio nadador dos 50 m livre, também bicampeão olímpico da prova: Sidney 2000 e Atenas 2004. "Acredito que dessa forma eu fecharia o pacote, seria algo incrível", completou o nadador brasileiro, sobre os feitos além de Pequim, já que conquistou também o ouro nos 50 m nos mundiais de Roma (2009) e Xangai (2011), se tornando recordista mundial.
"O favoritismo não me incomoda. A maior pressão para mim é a da minha própria expectativa", afirmou Cielo, que a partir desta terça-feira (24) inicia a disputa do Troféu Maria Lenk, no Rio de Janeiro, representando o Flamengo, na última grande competição antes dos Jogos Olímpicos. "Quero ter a tranquilidade de nadar como se fosse um mundial mesmo. Quero tirar tudo o que eu posso para saber onde eu posso melhorar. Não dá para deixar tudo para Londres", analisou.
Em Pequim, em 2008, além da inédita medalha de ouro para a natação brasileira, Cesão, como é mais conhecido entre os amigos, conquistou também o bronze nos 100 m livre. Para esta prova, porém, ele terá a pesada competição do australiano James Magnussen, tido como "o cara a ser batido". Para se ter uma ideia, na seletiva australiana, Magnussen cravou 47s10, sendo que o melhor tempo de Cielo nesta prova no ano foi Campeonato Sul-Americano de Belém, em março, quando terminou a prova em 48s70.
"Também quero ganhar os 100m, mas a situação está mais difícil, claro que o tempo dele (Magnussen) impressionou todo mundo. Mas estamos treinando forte para fazer o melhor tempo da minha vida agora no Maria Lenk. Estamos tentando melhorar a relação de eficiência, como melhorar a minha saída, por exemplo", contou.
Cesar Cielo também comentou as ausências de seus dois grandes rivais na disputa pelo ouro nos 50m: Fred Bousquet e Alain Bernard não conseguiram tempo na seletiva francesa e estão fora da disputa. "Eu liguei para o Fred, falei com ele, foi uma pena, foi um grande golpe para ele. Mas não é porque eles estão fora que vai ser fácil, se eles ficaram fora é porque tem gente que está melhor, é preciso toda a atenção", explicou o brasileiro.
Sonhando com pizza e chocolate
Junto de outros nadadores comandados pelo técnico Alberto Silva, como Thiago Pereira, Cesar Cielo vem vivendo num regime de concentração para Londres, cujos principais alicerces da cartilha imposta pelo grupo são: comprometimento, excelência, ambição, positividade e perfeição. "São valores que a gente agregou antes de fazer algo errado. É o querer sair à noite e pensa: 'opa, excelência. Vou ficar'. É ter foco no objetivo", explica.
"As saídas à noite são até fáceis de controlar", continua o nadador. "Ruim mesmo é controlar a alimentação, este, sim, o grande desafio até aqui na preparação para os Jogos Olímpicos". "É muita coisa verde que você come, toda hora frango, fica tudo igual. Tem hora que você quer uma pizza, um chocolate. Só para sentir um gosto diferente na boca", disse.
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Batido no ranking, Cielo promete mandar recado dentro d'água
Cesar Cielo está ansioso para provar aos adversários, e a ele mesmo, que ainda é o nadador mais rápido do mundo.
O campeão olímpico e mundial foi desbancado da liderança do ranking dos 50 metros livre no mês passado, e se preparou para nadar "o melhor tempo da vida" no Troféu Maria Lenk desta semana. Ele espera se colocar novamente como principal favorito ao ouro olímpico nos Jogos de Londres.
Cielo aposta em seu desempenho no Maria Lenk, a seletiva olímpica brasileira que ele disputa a partir de quarta-feira no Rio de Janeiro, para desbancar o concorrente.
O australiano James Magnussen despontou na seletiva olímpica do seu país como o principal candidato a impedir o bicampeonato olímpico do brasileiro ao marcar o melhor tempo do ano na prova, 21s74, deixando Cielo em segundo com o tempo de 21s85 conseguido no campeonato sul-americano disputado em Belém.
"Chegou a nossa hora esta semana. É a nossa hora de mostrar que da mesma forma que eles nadaram rápido nós vamos nadar rápido também e dar uma acordada no resto do mundo com alguns tempos que a gente vai fazer", disse o brasileiro a jornalistas no lançamento do novo traje que será utilizado por ele no Maria Lenk e também nos Jogos Olímpicos de Londres.
Sua meta é bater seus melhores tempos pessoais conseguidos sem os maiôs tecnológicos -que estão proibidos pela Federação Internacional de Natação-, o que o colocaria como líder do ranking mundial nos 50m e entre os três primeiros nos 100m. Magnussen lidera as duas listas.
"Minha ideia é fazer o melhor tempo da vida nessa competição", disse Cielo.
"Quero nadar rápido para mim mesmo, para eu olhar o tempo e falar na hora que chegar o momento crítico, na hora do vamos ver, eu psicologicamente estar preparado e confiante que eu posso também nadar rápido e bater na frente de todo mundo", disse.
Cielo tem como recordes pessoais sem maiô 21s52 nos 50m e 47s84 nos 100m, bem distante dos recordes mundiais detidos por ele mesmo de 20s91 nos 50m e 46s91 no 100m conseguidos na era dos trajes tecnológicos que foram banidos do esporte.
BICAMPEONATO
Refletindo a autoconfiança e força mental que são suas marcas fora da piscina, Cielo acredita que pode conseguir seus melhores tempos esta semana mesmo sem estar no auge da forma. Assim ele espera ter uma reserva psicológica guardada para os Jogos de Londres.
"O desafio é nadar o meu melhor tempo sem estar 100 por cento para ter uma carta na manga ainda para a Olimpíada", disse ele, que não vai estar totalmente raspado -desta vez vai usar máquina e não lâmina de barbear, que é mais eficiente- nem fez todo o período de descanso muscular para a competição nacional.
"Vai ser uma confiança extra. Se eu raspasse, com certeza os melhores tempos sairiam aqui, mas a gente quer ter esses melhores tempos como um psicológico de que ainda tem algo sobrando pra gente usar", disse.
Assim como na Olimpíada de Pequim em 2008, quando conquistou a primeira medalha de ouro olímpica da natação brasileira nos 50m livre e ficou com o bronze nos 100m livre, Cielo acredita que pode estar no pódio nas duas provas. Ele reconhece, no entanto, que a disputa nos 100m está mais complicada e que seu foco é o bicampeonato.
"Os 100m livre com certeza a gente vai estar pensando em ganhar a prova também, mas a situação está mais difícil", disse ele, lembrando que além de Magnussen o também australiano James Roberts é outro concorrente com tempos melhores que os seus na prova.
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