sábado, 25 de julho de 2009

7 HORAS!!!


César Cielo adia os planos para o futuro e só pensa em ‘bater primeiro’ no Mundial

Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, brasileiro cogita a possibilidade de abandonar os treinos nos Estados Unidos e ficar no Brasil após Roma

Lydia GismondiDireto de Roma


Quando pular na piscina neste domingo, em Roma, César Cielo levará com ele para dentro d'água um status bem diferente do que tinha antes dos Jogos de Pequim. Campeão olímpico nos 50m livre, o brasileiro chega ao Mundial de Roma como a maior esperança de ouro do Brasil. Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, o nadador afirmou que, apesar de ter tempos melhores que os do ano passado, não é hora de comparações. Tempos à parte, ele só tem um plano para os próximos dias: “bater em primeiro”. Cielo revela ainda que, quando acabar o Mundial, voltará ao Brasil e, só então, vai decidir se volta a treinar nos Estados Unidos.


GLOBOESPORTE.COM: Esta é a sua primeira vez em Roma? O que está achando das instalações do Mundial?

César Cielo: Já estive na Itália cinco vezes, mas essa é a minha primeira vez aqui. Estou achando bacana o parque aquático, só o lance de transporte dos atletas é que poderia estar melhor. Às vezes as pessoas saem entrando na nossa frente, meio sem critério. E o calor também está pegando.


Na seletiva americana, no início do mês, você provou que está em boa fase. O que espera dessa competição? Como se sente em relação a Pequim?

Agora não tem muito o que fazer, né? É hora de ficar concentrado e nadar. Tive uma boa temporada este ano, baixei meus tempos em relação a Pequim. Mas não estou preocupado com tempo, o importante é bater em primeiro. Acho também que não dá para ficar comparando Pequim com agora. Cada momento é diferente do outro.

Você está no mesmo hotel de seus rivais franceses (Alain Bernard e Frederick Bousquet). Já se esbarraram por lá?

Fora d’água não tem rivalidade entre nós. Ontem (sexta) até jantei com o Bousquet. Treino com ele todos os dias nos Estados Unidos. É claro que não é uma relação de amigos próximos, mas nos damos bem.


Depois do ouro em Pequim, se for campeão no Mundial também, pensa em criar novos desafios como fez Michael Phelps?

O desafio de evoluir já é grande. O problema é quando você já está completamente satisfeito com o que conquistou. Mas esse não é o meu caso. Nos 50m, é mais fácil você encontrar motivação porque sempre tem muitos adversários, o ranking mundial não vale nada, e cada detalhe na hora da prova pode fazer diferença.


Mas você pensa no futuro testar outras provas além dos 50 e 100m livre?

Acho que nunca sairia muito da velocidade. Nos 50m borboleta, talvez me daria melhor. É a que costumo ser mais rápido. Mas nunca parei para pensar em disputar outras provas.


E depois do Mundial? Quais são seus planos?

Não sou muito bom de fazer planos. O que eu sei agora é que depois de Mundial vou para o Brasil e fico por lá pelo menos até o fim do ano. Preciso dar uma relaxada, descansar. Principalmente, a minha cabeça.


Não voltar a treinar mais nos Estados Unidos é uma possibilidade? E como ficaria a situação com o seu técnico, Brett Hawke?
Eu tenho esse semestre todo para pensar. Talvez eu volte, talvez não. Só vou decidir isso em janeiro. Ele não sairia de lá. Mas ele sabe de tudo. Já deixei bem claro para não ficar nenhuma desconfiança. Nós temos muita confiança um no outro. Ele sempre será uma opção. Então, não posso dizer agora que não vou treinar mais com ele.


O que te deixa na dúvida em treinar nos Estados Unidos ou no Brasil?

O lance é que até agora o lugar que eu sinto mais confiança para buscar os resultados é nos Estados Unidos. Lá eu sei que, no fim, tudo vai dar certo. Tudo é muito certinho. No Brasil, eu teria muita distração. É mais difícil concentrar em São Paulo, mas é claro que é possível treinar bem lá. Felipe França é uma prova disso. Virou recordista mundial treinando no Pinheiros.


Nenhum comentário: