Decepção com a medalha de bronze em Londres já está no passado para o nadador, que traça metas para chegar como favorito nos Jogos do Rio.
Campeão olímpico em 2008 e o bronze com sabor de derrota quatro anos depois. Essa foi a situação de Cesar Cielo nos Jogos Olímpicos de Londres, quando o nadador brasileiro terminou na terceira colocação a prova dos 50 metros livres, considerada sua especialidade. Apesar da decepção de não ter conquistado o bicampeonato olímpico, Cielo procura esquecer tudo o que aconteceu e, para isso, nada melhor do que planejar o próximo ciclo olímpico.
Mesmo sabendo que restam quatro anos para os Jogos do Rio, em 2016, o brasileiro projeta uma série de competições a partir do próximo ano. A principal disputa será o Mundial de Barcelona, em julho, quando Cielo luta para ser tricampeão da prova dos 50 metros livres - venceu nos Mundiais de Xangai (2011) e Roma (2009). Além disso, ele tem como meta, ainda, conquistar o bi na prova dos 50 metros borboleta.
- Tem muita coisa até lá. O próximo grande passo para 2016 é o Mundial do ano que vem em Barcelona, quando já começamos a ver quem está começando o ciclo olímpico e de que forma. É ir com tudo para o ano que vem, defender o meu bicampeonato mundial de Xangai e tentar ser bi no borboleta. Vamos ver se consigo tirar mais duas medalhas - disse Cielo.
Dono de três medalhas olímpicas (ouro e bronze em Pequim, e bronze em Londres), Cielo espera que nos Jogos do Rio possa conquistar novas medalhas para o Brasil. O nadador, porém, alertou que a pressão será maior do que a encontrada em Londres, mas ainda assim acredita que outros fatores irão ajudar os brasileiros nas disputas de 2016.
- Acho que naturalmente a pressão será maior, assim como aconteceu agora em Londres. Nos primeiros dias a gente até pensou no nosso lado em 2016, porque na Inglaterra estávamos tendo muitos problemas nos primeiros dias em relação às medalhas, e a gente pensou que ter os Jogos em casa não é fácil, não. Pesa mais. Aqui em casa é como foi o Pan. O Brasil é diferente de outros países e só quem veio para cá sabe como é. A torcida, o clima, tudo ajuda. Então ao mesmo tempo que a pressão aumenta, a gente tira muita coisa das costas - afirmou.
Mundial de Piscina Curta
Curtindo a família e amigos em Santa Bárbara D'Oeste, interior de São Paulo, Cielo ainda não decidiu se interrompe suas férias para disputar o Mundial de piscina curta. A competição vai acontecer somente em dezembro, em Istambul, na Turquia. Para ele, o cansaço pode atrapalhar seu início de ciclo olímpico e isso causar um resultado inesperado quatro anos mais tarde, no Rio de Janeiro.
- Estou esperando as férias acabarem, estou vindo na piscina todo dia, mas sinceramente não sei dizer. Acho que pensando em 2016, não desconsidero ter um descanso agora, até para chegar no Mundial de julho melhor e estar mais motivado nesses quatro anos. Senão fica muito maçante e começar um ciclo olímpico estressante não é bom. Estou em dúvida, sei que tenho capacidade de chegar lá e defender meus títulos de Dubai, mas tenho que pensar que agora não tenho mais 21 anos, vou ter 29 anos em 2016 e tem que pensar a longevidade e a motivação.
Cielo também mostrou disposição para participar dos Jogos Olímpicos de 2020. O brasileiro afirmou que caso reúna condições físicas e se considerar apto, poderá defender o Brasil na prova do revezamento 4x100 metros livres. Para isso, ele aceita até mesmo entrar como reserva para passar mais experiências aos mais jovens, já que estará com 33 anos.
- Vai depender muito da minha motivação, lógico que uma lesão é imprevisível, mas se eu tiver competitivo e achar que dá, eu vou apertar o botão da natação até não funcionar mais. Se eu achar que possa entrar num 4x100 livre, mesmo na reserva para ajudar o grupo com a experiência, se eu achar que dá para entrar no 50 metros livres de novo.