E com muita vontade de trabalhar!
Esse é o Cesão pós-Mundial, bem diferente do Cesão pós-Olimpíada.
"A fase festeira acabou. Quero olhar para trás e não me arrepender", diz Cielo
Bruno Doro - em Roma (Itália)
Quando as Olimpíadas de Pequim terminaram, a única coisa que César Cielo queria era sair de férias, sair com os amigos, ir para a balada. Um ano depois, ele ganhou o Mundial de Roma. Mais festa? O nadador de 2009 não é o mesmo de 2008. Sem falar em descanso, Cielo já quer voltar a treinar.
"Minha fase festeira passou. Não estou desesperado por férias ou sair com os amigos. Sei que quero olhar para trás e ficar bem com a carreira que tive. A vida passa tão rápido, a carreira é tão curta. Treino para nadar rápido uma vez por ano. Só uma chance. Não quero chegar aos 28 anos e me arrepender de alguma coisa que não fiz", diz.
Bicampeão mundial, ele já está entre os grandes. Só Alexander Popov (duas vezes) e Anthony Ervin foram campeões dos 50m e dos 100m livre em um mesmo Mundial. Mas o brasileiro almeja ainda mais. "Quero sair (da natação) orgulhoso do que eu fiz. Quero ver os grandes nomes da natação e deixar meu nome lá também".
Antes de voltar à água, porém, ele vai, sim, descansar. Ficará na Itália por algumas semanas. Visita a fábrica de seu patrocinador. E até um parente que, antes do Mundial de Roma, e sua ascensão ao estrelato, ninguém sabia que existia. "É só ganhar medalha e aparece um monte de gente falando que é primo".
Veja entrevista com Cielo sobre o Mundial e o futuro.
Sua última prova foi o revezamento. O Brasil ficou em quarto e você saiu da piscina com cara de derrota. Por quê?
Eu estava botando pressão em todo mundo. Quando estava no bloco, achava que dava para buscar (a Austrália, terceira colocada). Nos primeiros 50m eu estava bem perto de todo mundo, mas nos 100 metros não dá para fazer muita coisa. E a gente estava em uma raia ruim. Muita marola. Na volta foi como águas abertas. Eu tentava respirar e vinha água.
Mesmo assim, o balanço é positivo, não?
Nos últimos dois anos, realizei muitos sonhos para a minha carreira carreira. Mas estou saindo desse Mundial com outra cabeça. Saí das Olimpíadas pensando: "`Preciso de férias agora". E aqui não estou desesperado. Quero continuar fazendo o que venho fazendo, porque natação não tem jeito. Você tem de continuar se matando de treinar. Daqui a pouco, volta tudo para o zero. Vou voltar a treinar de novo e buscar a evolução que eu quero.
E como você pretende fazer isso?
Agora vai ficar cada vez mais difícil. Do mesmo jeito que eu copiava todo mundo, procurava imitar a saída de alguém, a técnica de outra pessoa, vai acontecer o mesmo comigo. Vou precisar aprender a tirar cada vez mais dos treinos.
Você chegou a dizer que seu técnico, o australiano Brett Hawke, vai ter de encontrar um jeito de te motivar nos treinos. É isso mesmo?
Na verdade, não estou preocupado com isso. O Brett sabe o que fazer. Tenho até medo dele. Mas é mais um lance pessoal. Estou com cabeça voltada para voltar a ganhar. Ainda quero baixar mais o meu tempo. Não fazer o tempo que eu queria nos 50m me deixou com vontade de continuar.
Quer dizer que não ter batido o recorde mundial de Fred Bousquet (20s94) acabou sendo positivo?
De uma forma. Foi importante eu ter feito 21s0 e não 20s. É uma prova que ainda tenho tempo pra baixar. E baixando essa, tenho certeza que os 100m vão melhorar junto. E ainda tenho de achar um jeito de ficar mais forte e melhorar a minha técnica. E trabalhar é o único jeito de fazer isso.
Como você compara o Mundial de Melbourne, em 2007, com o de Roma?
Em Melbourne, fui quarto (100m livre) e estava satisfeito comigo. Mesmo assim, revi aquela prova 500 vezes. Nos 50m, eu acabei escorregando. Mas quem diria que escorregar ali iria me levar para o pódio olímpico dali a um ano? Acho que é aprender com tudo. São poucas as vezes que posso olhar para trás e ficar satisfeito com o que fiz. Aqui estou satisfeito, mas não 100%. Podia ter nadado melhor os 50m.
E agora, o que vai fazer?
Voltar ao Brasil, para me refazer. Tenho 22 anos e estou todo quebrado. O joelho está machucado, o ombro doendo. E quando estou no Brasil eu me acerto para voltar de novo aos Estados Unidos. E quero aproveitar um pouquinho a família. Eu sei que, quando chegar a hora de começar de novo, não paro mais. São seis meses afastado do mundo, em busca do meu melhor.
FONTE: UOL Esporte
--> TADINHO!! Com dor no joelho e no ombro... Também pudera... Depois de se bater tanto e nadar tão bem... hehe
Olha vou ser MUITO sincera... Confesso que de certa forma fiquei feliz quando ele nao bateu o WR do 50! Sabia que perseguir esse tempo seria um excelente motivo pra que ele voltasse aos treinos com força total!
Enfim, muito boa essa entrevista! MESMO!! Parabéns, Bruno D'oro!! - desse a gente gosta, né, Flávia?! hoho
Beijocas Celestes!!!!!
Um comentário:
entrevista perfeita...
é que o cesão continue em busca do melhor..........
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