domingo, 29 de junho de 2008

5ª e ultima parte da reportagem ;P

[...]Cesão estreou cedo no esporte. Tinha menos de 8 anos quando decidiu que queria “aprender a nadar direito” e iniciou-se na única piscina que existia em Santa Bárbara d’Oeste, a céu aberto. (Hoje, modernizada e aquecida, ela ostenta o nome do filho da terra: Cesar Augusto Cielo Filho.) Logo em sua primeira competição infantil, ele chegou com meia piscina de dianteira. Ao estrear numa de 50 metros, repetiu o feito. Foi empilhando vitórias e recebendo aplausos até cruzar com um meteoro chamado Guilherme Guido, que bateu o recorde brasileiro dos 50 metros crawl e, em 1996, se entronizou como campeão nacional. Cesão sequer se qualificara para a final. “Nossa Senhora”, relembra o pai.
“O mundo tinha acabado para ele, aos 9 anos de idade! Tínhamos uma Caravan com porta-malas grande e ele veio chorando de São Paulo até Santa Bárbara.” Cesar trocou de estilo, migrou para o nado costas, e os campeonatos regionais passaram a ficar previsíveis: Guido em primeiro no nado livre, borboleta e medley, Cielo em segundo. No nado ostas, Cielo em primeiro e Guido sem competir na modalidade. “Até que um dia se enfrentaram no nado costas e Guido deu um corpo e meio no Cesão”, relembra o pai. “Caiu o mundo dele de novo. Ele tinha 13 anos e anunciou que ia parar de nadar costas.”
Foi se refugiar em meias-distâncias (400 e 800 metros), que também o decepcionaram. A grande guinada ocorreu aos 15 anos, quando o adolescente pediu para treinar um mês numa clínica em Tallahassee, no estado da Flórida. Voltou de lá com a cabeça e o corpo sincronizados. Na primeira disputa de 100 metros livre com Guilherme Guido, num campeonato regional em Campinas, Cesão chegou
três corpos à frente. “Não nado mais crawl”, decretou daquela vez o adversário. Também nos 50 metros borboleta, Cesão bateu na borda em primeiro. “Não nado mais borboleta”, complementou o derrotado. E assim ficou. Tornaram-se grandes amigos, dividiram o mesmo apartamento quando foram treinar na capital, e torcerão um pelo outro em Pequim – Guido vai competir nos 100 metros costas e nos 4 x 100 medley, Cesão nos 50 e 100 metros livre, além do revezamento 4 x 100.
De sua sala no ginásio de Auburn, cujo acesso está adornado por uma foto-pôster de Cielo disparando do bloco de largada, o técnicochefe Richard Quick fala sobre desempenho: “A maioria das pessoas precisa de algum resultado para se convencer de que uma superação é possível. Já o grande atleta carrega essa prova na sua mente. Ele não precisa de prova nem da permissão de ninguém.” No entender de Quick, os grandes atletas, qualquer que seja o esporte, não são forçosamente os mais talentosos. São os mais motivados, os que dão tudo de si mesmos nos períodos de baixa, pela expectativa de que vencerão mais adiante. “Cesar tem esse fogo”, sustenta Quick. “Se ele continuar a ter tanta gana em aperfeiçoar cada minúsculo detalhe, ele ruma para se tornar uma megaestrela da natação. Para tanto, ele não deve se contentar com nenhum resultado, nem mesmo com uma medalha olímpica.”
Quick aposta mais em Cielo para os Jogos de 2012, em Londres, e acha que ele tem fôlego até mesmo para disputar um pódio em 2016. O fator determinante, sempre, se chama confiança interiorabsoluta. “É preciso desejar que o seu adversário tenha o melhor resultado imaginável e ainda assim acreditar que você vai vencê-lo no momento crítico. Se você desejar algo menor, já está derrotado. De nada adiantaria Cesar torcer para que o australiano Eamon Sullivan acorde péssimo em dia de prova, já que ele não tem nenhum controle sobre isso – ele só pode ter controle absoluto sobre seu próprio desempenho.”
O técnico-chefe de Auburn revela que determinou uma alteração no ritmo de treino dos velocistas em função do cansaço excessivo de Cesão. Passaram a ter um dia de recuperação, ou treino mais leve, entre dois dias de carga pesada. “As necessidades de nosso time e as dele, que tem ambição alta, precisavam se aproximar, e notamos que ele estava ficando desencorajado com o cansaço.” Brett Hawke, o homem da mão na massa, detalha essa questãochave: “Cesar é peculiar pela capacidade aeróbica extraordinária: ele consegue ter uma chegada fortíssima nos 100 metros. Ao mesmo tempo, tem grande dificuldade em tolerar esforço contínuo e pesado nos treinos. Isso é tão inusitado que levei uns doze meses até detectar o seu real limite.” Quem vê Cesão ao final de um dia de carga pesada leva um susto – as covinhas sumiram, os músculos do rosto jovial despencaram, o olhar está opaco, seu 1,95 metro de altura se curva e os braços parecem frouxos ao longo de seus 88 quilos.
Mal consegue arrastar os chinelos molhados. Mais extraordinário ainda é que, passadas 24 horas, depois de um dia de treino apenas mais leve, ele volta a ser o garotão extrovertido e intenso. Ao final de uma semana típica de treinamento, Cesar terá feito uma média de 15 mil rotações de braços na piscina. Afora os treinos, há os estudos propriamente ditos. Entre os bolsistas da universidade, há dois anos Cielo é o atleta estrangeiro com melhor rendimento acadêmico. Devido ao calendário olímpico, trancou sua matrícula neste primeiro semestre do ano, mas mantém a espartana rotina caseira de um atleta de elite em território americano: supermercado uma vez por semana, cozinhar, lavar e secar roupa, arrumar a casa antes de ficar por demais detonada. Durante o primeiro ano e meio em Auburn, fazia tudo de bicicleta. Hoje, embora tenha comprado um Toyota 2004 por 4 500 dólares, voltou a encarar a bicicleta como um exercício extra para Pequim. Lazer mais sedutor e irresistível? Dormir.
Ao longo do ano passado, Cesar Cielo passou por nada menos que dezenove testes antidoping e só nos cinco primeiros meses de 2008 já foram outros seis – sem contar os dois testes obrigatórios da faculdade, para detectar drogas sociais. “Passei da fase do estresse com cada exame. Agora só resta algum estresse pela vergonha mesmo”, admite. Abrir a porta de casa sonolento, envergando apenas um samba-canção do Bob Esponja, e se submeter a desconhecidos vestidos de branco, pode ser constrangedor. Mas nada supera um episódio ocorrido no Campeonato Sul-Americano de 2006, na Colômbia. A agente coletora de urina do atleta era mulher, o que deixou o brasileiro completamente desnorteado. “Acabei dando um nó no cordão da calça e fiquei meia hora tentando desatá-lo para ganhar tempo”, ele conta. “Mas não teve jeito: fechei o olho e mandei ver.” Por via das dúvidas, Cielo arquiva todas as cópias de seus exames numa gaveta da escrivaninha do quarto, cuja decoração mais ostensiva é uma imensa bandeira do Brasil.
As roupas mais estranhas que Cesão tem em casa é a sua coleção de maiôs inteiriços, apelidados de “doping de armário” desde que atletas envergando um Speedo-LZR começaram a quebrar um recorde mundial atrás do outro. O brasileiro tem dois deles pendurados em cabides, além de meia dúzia de protótipos de outras mar-cas e versões anteriores espalhados em mochilas. Ainda não decidiu com que roupa irá a Pequim. Liberado pela Federação Internacional de Natação para uso em competições e olimpíadas, e endeusado pelo seu garoto-propaganda Michael Phelps com a frase “No momento em que caí na água me senti como um foguete”, o LZR passou a ser objeto do desejo de todo nadador. Mas uma coisa é receber do fabricante um modelo sob medida, como a Speedo oferece às duas equipes-vitrine que patrocina – a dos Estados Unidos e a da Austrália. Bem outra é ter de esperar até que o produto chegue ao mercado, nas próximas
semanas, e tentar se enfiar num deles.
Cielo não tem dúvidas de que a roupa pode ajudar na flutuabilidade (portanto na economia de energia) do competidor. Graças a uma complexa engenharia de gomos que comprime ao máximo o peitoral, abdômen, bumbum e lombar, o atleta se vê obrigado a alterar a forma de respirar. Ele pode, assim, melhorar sua postura, nem que seja milimetricamente. A alardeada redução em 5% no atrito com a água também conta pontos. Cielo continua pesquisando qual modelo se ajusta melhor ao seu estilo e físico. O protótipo da TYR que lhe foi enviado para testar arrebentou-lhe o dedão da mão na hora de vestir. E o LZR da Speedo que usou na competição da NCAA era apertado demais. Para ter eficácia plena e manter a aderência ao corpo inalterada, o “doping de armário” não deve ser usado mais do que três ou quatro vezes, o que, ao preço de mais de 500 dólares a peça, elimina boa parte dos competidores. Já na frente mais avançada da natação mundial, o entusiasmo é irrestrito. “Os tradicionalistas gostariam de fixar um ponto do passado deal – Johnny Weissmüller e sua sunga de lã? – enquanto os outros vão empurrando e testando”, comenta o americano Richard Quick. “Lembro quando se pas-sou dos maiôs de náilon para os de lycra, nos anos 70, e todos os recordes americanos femininos foram quebrados numa competição. Não ficou um só de pé.”
Sentado numa mesa de restaurante em Auburn, Cesar Cielo não levou mais de dez segundos para responder quais serão, a seu ver, os oito finalistas das provas de 50 metros e 100 metros livre em Pequim. – Você quer por tempo ou por raia? – perguntou sem pestanejar, antes de começar a rabiscar. Nas duas provas, o nome da raia 4 (melhor tempo) é o seu, tendo por vizinhos imediatos Eamon Sullivan (raia 5, nos 50 metros, e raia 3, nos 100 metros) e o francês Alain Bernard (raias 3 e 5, respectivamente). A cena lembra a lógica defendida por Hortência Marcari, a maior pontuadora da história da seleção brasileira de basquete, às vésperas dos Jogos de Atlanta. Indagada se tinha receio de errar um lance livre num momento crítico de uma partida decisiva, respondeu que não errava lances livres. Fazia treinos de até mil tentativas por dia para não errar. Mas e se errasse? “Posso errar porque sei que não erro lances livres”, disse com naturalidade. É a confiança de que falava Richard Quick. Caso Cesar Cielo não venha a ocupar seu lugar em Pequim, a raia 4 poderá estar a sua espera nos Jogos de 2012. “É impressionante ver sua velocidade hoje, quando seu potencial pleno ainda está longe de ser atingido”, sustenta Brett. “Não tenho a menor dúvida, nenhuma mesmo, que um dia Cesar Cielo baterá o recorde mundial nos 50 e/ou nos 100 metros. É só uma questão de tempo.”
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proonto... agora digam que não é boa... é realmente não é boa... É ÓTIMA! é EXCELENTE!! \o/
ah... então gente... acho que vou ficar uns dias sem computador... por que minha mãe tá indo embora, e disse que vai levar o computador com ela... então até eu comprar um outro pra mim.. eu vou ter que me virar em Lan houses... por isso que encerrei logo a reportagem... oks?
a minha tia disse que amanhã mesmo agente pode ver um computador pra mim... mas caso agente não consiga... eu deixo logo vocês avisados.. tá?
obrigadão pela compreensão de vocês (ou não.. haha) e... até mais! ;)
"Ma tutto è stato risolto vai ... Ho fede in Dio che vai ..." tradução -> Mas tudo vai se resolver, tenho fé em Deus que vai.. ;)

4 comentários:

Anônimo disse...

Tááá... ja q ninguem comenta... eu comento... rs
CIELÃÃOOO I migliori auguri! \o/
olha elaaa exercitando o Italianooo! \o/

vôo do urubu disse...

CESAR CIELO OURO PRO BRASIL.
EM BEIJING 2008.
MENGAO RUMO AO HEXA

Déa disse...

Euuu comento!
hahah
Reportagem Perfeita!!!!!!
Cesão Perfeito..
lindão tchaa tchaa tchaa!
hahahhahah
* me mataaaa Cesãooo * lol

Hhahahhahahhah

Beijos.

Obs. éguaaaaa do fundo do báu!
ghahahaha

Debora Ferreira disse...

ée... mais uma prova de que o Cielo é MUUITO capacitado pra uma medalha emPequim ! e se nao ganhar, eu garanto que ele ainda vai quebrar muitos recordes por aí e talz... vaamo veer ! XD